Desde que se declarou independente, em 1948, República Democrática Popular da Coreia desafia normas internacionais para criar seu próprio lugar no mundo. Leia em pontos a controversa história do país.
Mísseis são exibidos durante desfile militar em Pyongyang em abril de 2017 (Foto: REUTERS/Damir Sagolj )
Fundação de uma nação: 1945-1950
Após o final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética e os EUA concordaram em dividir a Península Coreana ao longo do Paralelo 38 N. As forças dos EUA permaneceram na metade sul após a rendição do Japão, enquanto as forças soviéticas ocuparam a metade norte.
Em resposta à declaração do sul como República da Coreia, a República Democrática Popular da Coreia declarou-se em 1948 um Estado, com Kim Il-sung, popular chefe de guerrilha, como líder designado pelos soviéticos.
Mais tarde Kim foi estabelecido como líder do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que consolidou o poder em toda parte norte da península. Em 1949 foram erguidas estátuas de Kim e o povo passou a chamá-lo de "Grande Líder".
Guerra da Coreia: 1950-1953
Em 1950, com o apoio da China comunista e da União Soviética, as forças norte-coreanas invadiram o sul, culminando na captura de Seul. Os EUA responderam liderando uma operação militar da ONU que impulsionou as forças comunistas para o norte, em direção à fronteira chinesa. As tropas chinesas se juntaram à batalha e empurraram as forças da ONU novamente para o sul.
O país foi dividido aproximadamente segundo o já mencionado acordo entre EUA e União Soviética. Em 27 de julho de 1953, assinou-se um armistício. Tecnicamente, a guerra continua até hoje, já que não houve um acordo de paz.
Companheiros nucleares: 1956-1962
Em 1956, a União Soviética ofereceu aos cientistas norte-coreanos conhecimentos básicos para começar a desenvolver seu próprio programa nuclear. Três anos depois Moscou e Pyongyang assinaram um acordo de cooperação nuclear.
O Centro de Pesquisas Científicas Nucleares de Yongbyon, na Coreia do Norte, foi inaugurado e se tornou a principal instalação nuclear da nação comunista. Consta que ele teria produzido material físsil para a primeira arma nuclear do país.
Na opinião de diversos especialistas, o Egito forneceu à Coreia do Norte mísseis Scud-B em 1976, embora outras fontes afirmem que isso ocorreu entre 1979 e 1981. Em 1984, Pyongyang produziu e testou uma versão nativa do Scud-B, batizada Hwasong-5.
Um ano depois a Coreia do Norte se tornou signatária do tratado de não proliferação nuclear. Com o colapso da União Soviética, Pyongyang perdeu sua principal fonte de segurança e apoio econômico desde sua fundação. Isso não impediu que a nação comunista avançasse em 1993 com o lançamento do míssil balístico de médio alcance Hwasong-7.
Morte do "Deus Todo-Poderoso": 1994-2002
Em 8 de julho de 1994, o líder norte-coreano Kim Il-sung morreu de um ataque cardíaco súbito aos 82 anos. Pouco depois, seu filho Kim Jong-il assumiu o poder como líder supremo da Coreia do Norte, marcando uma nova era na história do país.
De 1994 a 1998, a Coreia do Norte sofreu uma devastadora fome e uma crise econômica conhecida localmente como "Marcha Árdua". Estima-se que nesse período entre 240 mil e 4 milhões morreram de fome ou doenças relacionadas a ela.
Em 1999 Pyongyang declarou uma moratória dos testes de mísseis, comprometendo-se mais tarde, em 2002, a ampliá-lo para além de 2003.
"Eixo do Mal": 2002-2006
Em 2002, o então presidente dos EUA, George W. Bush, incluiu a Coreia do Norte no chamado "Eixo do Mal", acusando o país de patrocinar o terrorismo e desenvolver armas de destruição em massa, ao lado do Irã e Iraque.
Um ano depois, Pyongyang retirou-se do tratado de não proliferação. As subsequentes "conversas de seis partes" – reunindo representantes da Coreia do Norte, Coreia do Sul, EUA, China, Japão e Rússia – visavam uma alternativa diplomática para travar o programa nuclear norte-coreano.
Em 2010, um barco de patrulha sul-coreano afundou inesperadamente após uma explosão no casco do navio. Todos os 104 tripulantes morreram. Uma investigação internacional concluiu que o navio fora afundado por um torpedo lançado por um submarino norte-coreano.
Herdeiro em ascensão: 2011-2017
Em 17 de dezembro de 2011, Kim Jong-iI morreu de um ataque cardíaco, de acordo com a mídia norte-coreana. Seu filho mais novo, Kim Jong-un, assumiu o poder como líder supremo do país.
Sob sua liderança a Coreia do Norte avançou significativamente em seu programa de desenvolvimento nuclear e de mísseis. O país realizou um teste nuclear em 2013 e outros dois em 2016, provocando grande apreensão da comunidade internacional. Em julho de 2017, lançou com sucesso o míssil balístico intercontinental Hwasong-14.
fonte: http://kaitect.com/13bE
Coreia do Norte, da fundação ao programa nuclear
Reviewed by NelixTM
on
agosto 31, 2017
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